Presidente do SINGOV: Causa de Insegurança. Fonte Perene de Instabilidade Institucional

Ao lermos as declarações veiculadas no dia 3/1/2012, do site do SINPOL, onde seu presidente profligou: "O papel do agente de polícia é investigar a ocorrência dos crimes, o cadáver deve ser recolhido pelo IML ou pelo IC, mas como lá não há presença dos institutos, ou seja, como o Estado não tem condições de atender a demanda, as funerárias assumem esta função" (sic), nossa Associação MIPC-PE, conclui que ter um presidente do sindicato como Marinho era melhor nunca tê-lo tido.

Ele não teve a hombridade de assumir a parte do mea culpa que tocava a ele no caso dos papas-defunto, uma vez que todo o caos estrutural da Polícia Técnica do Estado reflete a falta de responsabilidade e de uma atuação político-sindical do SINPOL, isto, porque, ele jamais a institucionalizou por meta ou por reivindicação a construção de novas sedes do IML e do IC por meio dos canais formais ou amistosos que ele tem e que sempre teve com o Governo do Estado.         

É evidente que o Poder Estatal não pode criar Institutos como o IML ou IC através de mero ato, porquanto, tratarem-se de uma questão de macroestrutura e não de simples governança política ou conjuntural, fator que demanda tempo e investimentos, o que não exime de culpa o SINPOL, que, governo após governo, assiste a cavalheiro a intangibilidade desse quadro.

Nossa MIPC-PE trata a questão de forma responsável e não com paliativos como faz o SINPOL. O apedrejamento moral de um policial atinge diretamente a instituição de nada adiantando uma defesa jurídica posterior, até porque ela é própria do Estado de Direito, logo, sintomática de que algo se passou, de que alguma coisa houve ou há, somente nela se perscrutando se existiu ou não a conduta punível.

A presença de advogado nas oitivas é formalidade que a própria lei faculta para validação do ato, ela não corrige nada, não é causa de subversão da verdade, tampouco dos fatos. A casa caiu e se o SINPOL ainda não viu, simplesmente, é porque não quer ver. Houve abuso e o SINPOL é sim co-responsável por isso. Não adianta tapar o sol com a peneira, nem malabarismos, nem maniqueísmos, nem falácias. 

Afirmar que o Estado não tem condições de atender à demanda de remoção de cadáveres é inquinar os números do Pacto Pela Vida, é admitir que a violência seja exponencial em nosso Estado, enquanto sua estrutura para combater a criminalidade apenas engatinha.

Dessa vez o Presidente do SINPOL concertou suas demagogias para consertar uma coisa que não tem conserto. É caótica a distribuição dos Institutos de Medicina Legal e de Criminalística no Estado de Pernambuco, isto é fato. Carece cada uma das Áreas Integradas de Segurança do Estado de Pernambuco desses dois Institutos, isto é fato. Permaneceu inerte o SINPOL enquanto a situação caminhava para o desgoverno, isto é fato.

Cláudio Marinho, deprecar as funerárias o múnus do recolhimento dos cadáveres, quando, a rigor, os cadáveres, até serem legalmente liberados, são do Estado, é negar o próprio Estado em sua eficácia, é terceirizar o que não pode ser terceirizado, é fazer apologia à anarquia.                           

Pois bem, como o SINPOL não se dignou de reivindicar, a MIPC-PE, como um dos segmentos da Sociedade Civil Organizada, reivindica do Governo do Estado, como vetor do Pacto Pela Vida, a imediata implantação de sedes do IML e do IC em todas as Áreas Integradas de Segurança.

Diego de Almeida Soares                                   Emmanuel Egberto de Araujo Filho
Presidente                                                         Diretor Jurídico     
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3 comentários:

Anônimo disse...

Parece engraçada a matéria publicada no site do SINPOL, onde o presidente Matinho diz "O papel do agente de polícia é investigar a ocorrência dos crimes, o cadáver deve ser recolhido pelo IML ou pelo IC...". É sabido que a situação do IML sempre foi precária e ainda continua sendo, em 2007 foi realizado concurso para a Polícia Científica, que nem existe, e a coisa desandou. O IML tem carência de tudo o que se imaginar, principalmente de servidores e Marinho sabe muito bem desse fato. Fora levado ao conhecimento do SINPOL a situação do quadro de pessoal do IML e sabem o que fizeram até o presente momento, nada. Afinal cadáver não é número para urnas.

João Manoel disse...

Só corrigindo a matéria, o que o SINPOL e o MIPCPE publicaram, não é responsabilidade do Instituto de Criminalística (IC) no Estado a remoção de cadáver, assim, do Instituto de Medicina Legal (IML) a remoção destes cadáveres.
IC não realiza remoção de cadáver, realizamos a perícia no local de morte "dinâmica do crime", como o fato ocorreu e depois fica a responsabilidade do IML a remoção do cadáver do local.

Obs: é bom o SINPOL e MIPCPE se informar mais sobre estas instituições, afinal o IC é composto por peritos criminais e auxiliares de peritos, cargos estes também policiais civis. Sendo que no IML, é composto por médicos legistas e auxiliares de legistas, também policiais civis, os outros cargos que engloba são: motoristas, auxiliar de carro, auxiliar de sala e assistente administrativo, estes últimos, não são de natureza policial.
Quando a falta de estrutura, nem precisa comentar, todas já sabem a real situação daqueles institutos.

Associação Movimento Independente dos Policiais Civis de Pernambuco disse...

João Manoel, a Associação MIPC-PE sabe o papel do Instituto de Criminalística (IC), tendo inclusive no quadro dos seus associados, auxiliares de peritos e peritos criminais. Acho que você não entendeu bem a matéria, pois critica a postagem do SINGOV, por este afirmar que é papel do IML e do IC a remoção de corpos.