
Não é de agora que nosso MIPC-PE sustenta que a reestruturação da Polícia Civil pernambucana começa pela reposição das perdas salariais ocorridas nas duas últimas décadas, período em que se caricaturaram sempre as mesmas faces e mentiras sobre cargos, carreiras e vencimentos para Categoria. Em verdade, se computássemos como reais todos os ganhos que o SINPOL afirma que tivemos nesses anos, não lograríamos o segundo melhor salário de polícia do País, porque, decerto, já estaríamos no topo, logo, buscando outras melhorias para nossa coletividade.
Acontece que a verdade é uma só e indica que o nosso policial civil tem o seu salário equiparado a uma pena que decorreu de uma injusta condenação judicial, tal é sacrilégio de prover o próprio sustento e da família com o numerário ridiculamente discriminado no seu contracheque, mês a mês. Hoje nos atolamos em empréstimos consignados, vendemos nossa dignidade ao Governo do Estado, passamos necessidades, passamos sérios apertos financeiros e estamos de pratos e mesas vazios. Enquanto somos periclitados, a cúpula de nossa entidade sindical ostenta carro importado zero, veste roupa de marca, calça sapatos caros e esbanja o dinheiro de nossas contribuições.
Queremos lembrar à Categoria, que antes das ações salariais desastrosas do sindicato, no correr das últimas duas décadas, o Policial Civil de Pernambuco percebia uma remuneração equivalente a 10 (dez) salários mínimos, valor que não o expunha a nenhuma situação vexatória, tampouco ao ridículo de ir de pires nas mãos mendigar esmolas ao Governo do Estado. Essa quantia era suficiente para que cada um tivesse carro do ano, embora nacional e popular, comprasse roupas novas, mas não de grife, sapatos bons, mesmo não sendo calçado mocacim, além de uma mesa farta de comida e bebidas, afora a cabeça erguida pelo brio de manter a prole sã e condignamente.
Pois bem, em razão dos trabalhos de conscientização que nosso MIPC-PE vem realizando nos últimos meses, hoje a mentira já não serve mais de esconderijo para o sindicato vilão que temos, sobretudo se ela diz respeito à questão salarial, tema que está acima de qualquer outra prioridade individual ou coletiva, pelo fato de mexer diretamente com a sobrevivência da pessoa e sustento da família, assunto que demanda ser tratado com responsabilidade e não com vilania.
Oxalá seja verdade que nosso salário volte a ser calculado com base no indexador dos 10 (dez) mínimos, pois, somente assim, ascenderemos ao segundo melhor salário pago à polícia civil no território nacional, caso contrário, tudo não passará de mais uma mentira.
Queira o SINPOL ter finalmente despertado para essa realidade, o que já era tempo, fazendo da Assembleia Extraordinária do dia 16 de março vindouro, em sua sede, no horário das 17h, algo realmente sério e não coisa vexatória ou constrangedora de se ver.
Lembramos, ainda, que, acima de qualquer manobra, é imprescindível que ocupemos nosso lugar nessa negociação, até porque a questão toca diretamente interesses que vão além do poder de tolher do sindicato, estando, pois, todos os Policiais Civis do Estado, sindicalizados ou não, legitimados a discutirem-na isonomicamente.
Por fim, reafirmamos que a Campanha Salarial é da Categoria, portanto, será vital a participação e reivindicação de todos os companheiros policiais, lembrando que a questão salarial é somente o ponto de partida para retomarmos nossa dignidade.
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