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A
Associação Movimento Independente dos Policiais Civis, através dos ofícios nº 035/2012 e 042/2012
endereçados ao Ministério Público de Pernambuco e a Ordem dos Advogados do
Brasil vem trazer ao conhecimento os
fatos de extrema gravidade ocorridos na sede do Plantão da Polícia Civil de
Caruaru (88ª Circunscrição de Polícia Judiciária) – concernentes à violação: a) dos direitos das crianças e
adolescentes, b) do direito humano à
dignidade da pessoa humana dos cidadãos presos, c) do direito
fundamental ao meio ambiente de trabalho adequado aos policiais civis.
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Primeiramente
ressaltamos a situação dos adolescentes apreendidos em estado de flagrância, os
quais são levados e mantidos junto à delegacia não especializada (sede do
Plantão) e inseridos, ainda que provisoriamente, em celas destinadas a
imputáveis.
Informamos ainda que o
órgão policial não tem condições de fornecer tratamento mínimo humanitário aos
adolescentes e crianças em conflito com a lei, quando os familiares comparecem
é sugerido que tragam alimentos e cobertores, de modo que pouco interessa aos
gestores da coisa pública deste órgão policial se os jovens infratores estão
com fome, frio ou sem defensor constituído.
Nesses
casos, conta-se com o senso de humanidade e caridade dos próprios policiais
civis que laboram no plantão policial, providenciando algum alimento ou
cobertor às crianças e adolescentes apreendidos.
Elaboramos um relatório de inspeção em que se constatam as
precárias condições estruturais da sede do Plantão de Caruaru, demonstrado
através de fotografias, apresentando os seguintes problemas:
1) infiltrações, problemas hidráulicos e elétricos, móveis velhos e
quebrados;
2) o pátio da delegacia também sofre com o matagal alto e carros
apreendidos que viraram sucatas, sendo criadouros ideais do mosquito da dengue;
3) o odor
desagradável vindo das celas toma de conta do prédio;
4) falta de espaço para os presos, de
forma que os mesmos têm de revezar para dormir;
5) ausência das mais básicas condições de higiene e salubridade nas
celas;
6) ausência de janelas para ventilação e iluminação;
7) a carceragem fica ao lado do
dormitório dos policiais plantonistas;
8)
de modo que o lixo se aglomera próximo as celas;
9) os presos e os policiais reclamam da
falta de higiene no local, pois não há quem realize os serviços de limpeza da
unidade plantonista;
10) os banheiros para acesso do público e dos policiais estão sem água
e quebrados, as
descargas não funcionam, restando completamente
inservíveis;
11) não há copa ou refeitório para os
policiais plantonistas;
12) os alimentos se estragam com
facilidade devido às condições do ambiente;
13) o calor é intenso e as fiações elétricas ficam expostas, podendo a qualquer momento
provocar incêndio no local;
14) nos alojamentos, constatou-se problemas de infiltrações e vazamento
nas paredes;
15) os presos são amotinados dentro das celas sem que haja separação
entre adolescentes e adultos, homens e mulheres;
16) as mobílias estão velhas e são inadequadas, a maioria está
quebrada;
17) O mau cheiro é intenso, o que torna o ambiente insuportável e
desagradável;
18) A equipe de plantão possui uma única viatura, o qual se encontra
em precárias condições de uso;
19) para o armamento, existem apenas as pistolas de carga pessoal dos
policiais plantonistas;
20) por fim, existem falhas na rede de esgoto, paredes com mofo, fossa estourada e rachaduras compõem o cenário degradante desta
unidade da Polícia Civil de Pernambuco.
Nosso trabalho será contínuo em denunciar as irregularidades para as
autoridades competentes, não seremos omissos a nenhuma situação desumana imposta
aos policiais civis.
Um comentário:
Realmente a situação é desumana e degradante. Torço para que Pernambuco seja sede da Copa, de igual modo torço para que os organizadores dela visitem as estruturas das delegacias!
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